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segunda-feira, 24 de julho de 2017

COMEMORAÇÃO

26 de julho, Dia dos Avós


 
Foto: Faiara Assis


Dos momentos de carinho e dedicação entre avós e netos, a leitura garante o aumento do afeto entre os dois. A avó Maria Liz Cunha, professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), adora ler livros para os seus netos Isabella e Gabriel. E, entre os livros lidos para o Biel, como é chamado, há um preferido: Vovó sabe tudo sobre asma

A ilustração conta a historinha de um menino que presencia seu melhor amigo tendo uma crise de asma na escola e, sabendo que a sua avó é enfermeira, em casa a questiona tudo sobre o que é a doença e o que fazer para ajudá-lo.

 A história infantil ilustrada, que vai se desencadeando nas explicações da avó sobre a asma, é a favorita do Gabriel, que, aos 6 aninhos, diz para a avó que “será médico quando crescer”, e de fato o contexto transformado em livro foi vivido pelo seu melhor amigo, o Miguel. 

A professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Gerontologia da UCB ressalta que ser avó é também aprender com os netos. “A minha relação com eles permite contato com uma geração muito mais nova, o que inclui os amigos deles, consequentemente, uma abertura a novas ideias, um novo vocabulário e o manuseio com a tecnologia de modo simplificado”, observa. 

O livro Vovó sabe tudo sobre as
O primeiro livro infantil de uma série de três sobre saúde, Vovó sabe tudo sobre asma é dedicado ao empoderamento das crianças e resgata a figura da avó contando para o neto como ocorre a asma. Foi pensado para crianças de 8 a 12 anos, com base em uma pesquisa do Programa de Mestrado e Doutorado da UCB. “É importante que a criança saiba sobre a própria saúde. E mesmo meu neto tendo apenas 6 anos ele amou a história. Toda hora pedia que eu repetisse”, comemora a avó autora. 


O próximo livro da coleção é sobre hepatite B e C e gira em torno da primeira ida ao salão de beleza de minha neta Isabella, irmã de Gabriel. Nele, também baseado em acontecimentos reais, a vovó ensina como ocorre a transmissão de hepatite em salão e os cuidados que uma menina mulher deve ter para não se contaminar.
A importância da relação entre avós e netos no período da infância
A pediatra Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, professora do curso de Medicina da UCB, explica que é muito importante o vínculo geracional entre avós e netos em qualquer período da vida, em especial na infância. A pediatra desenvolveu sua dissertação de mestrado com base em uma pesquisa que avaliou “a relação entre avós e netos no período da infância”.
Em 2015, foi validada uma classificação de estilos de avós no Brasil com netos adolescentes, baseados em avós indulgentes, negligentes e autoritários. Ventura aponta, em sua dissertação, o grau de participação e satisfação de avós voluntárias em relação aos seus netos no período da infância. “Nas trocas geracionais, as avós atuais têm características diferentes daquelas de gerações anteriores. As avós mais jovens tendem a ser divertidas e participantes, enquanto as mais velhas são mais distantes e demandam ajuda por parte dos netos. As avós tendem a ser ativas e participantes, a se comprometerem preferencialmente com os aspectos emocionais e a saúde dos netos”, esclarece.
A doutora Alessandra também afirma que a desobediência e o crescimento dos netos são fatores que representam sofrimento para as avós. “Cem por cento das entrevistadas sentem a perda de contato com os netos à medida que eles crescem”, afirmou. “O contato diário com o neto traz um grau de satisfação muito grande aos avós, pois aumenta os efeitos positivos desta relação”.
A distância entre a moradia da avó e dos netos pode ser fator influenciador na solidão, porém a comunicação aparece na pesquisa como um importante objeto de ligação entre avós e netos. É o caso da professora Maria Liz Cunha, que tenta construir da melhor forma possível a relação avós e netos, mesmo à distância.
Com os netos morando no Rio de Janeiro, a professora Maria Liz curte Isabella e Gabriel basicamente nas férias e nos feriados prolongados. A avó garante que, no auge da tecnologia, essa distância é amenizada. “Sou muito presente na vida deles, principalmente com o advento do celular e whatsApp nos falamos todos os dias”.
As férias que estão programadas para passar com a avó, aqui em Brasília, já têm até programação. “Gostamos de fazer bolo e cozinhamos juntos, ensino coisas do dia a dia para eles”, adianta a avó participativa. 


Foto: Faiara Assis

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Fonte: Imprensa UCB