quarta-feira, 9 de agosto de 2017

BRASIL



Ararajubas chegam a Belém para serem reintroduzidas a habitat natural

As aves vieram de São Paulo. Espécime, apesar de típico na região Norte, há 60 anos não tem registro na RMB. Foto: Reprodução G1































Após mais de 60 anos sem nenhum registro de aparição na região metropolitana de Belém por conta de um processo de extinção, chegaram nesta segunda-feira (7) a Belém, vindas de São Paulo, 12 espécimes do tipo Ararajuba, uma ave típica da região Norte e que está sendo reintroduzida em seu habitat natural.


O Programa de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas (Guaruba guarouba) em Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém é desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio) e a pela Fundação Lymington, de São Paulo.
A ação tem como objetivo a reinserção dos animais em seus habitats naturais. A primeira área a receber as ararajubas é o Parque Estadual do Utinga (PEUt), onde as aves, que chegaram ontem, passarão por um processo de readaptação em viveiros e depois serão reintroduzidas na área aberta do Parque do Utinga, Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém, APA do Combu, Refúgio de Vida Silvestre, na Alça Viária, e APA do Abacatal, em Ananindeua.
No parque, os animais passarão por uma fase de readaptação de quatro meses, até que sejam libertas na natureza. A previsão é que a soltura seja realizada no início de outubro.
O Prof. Dr. Luis Fábio da Silveira, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, que coordena tecnicamente o projeto, explica que as aves existiam na fauna de Belém e despareceram entre as décadas de 40 e 50 por causa da expansão urbana, do desmatamento e do comércio ilegal de animais silvestres.

Hoje, a ocorrência de Ararajubas se dá em pequena parte do estado do Maranhão, pequena parte do Pará e pequena parte do Amazonas. “ É uma ave bastante ameaçada, mas que tem se reproduzido com sucesso em cativeiros. É uma das aves mais bonitas da região e que só existe na Amazônia Brasileira”, comenta o pesquisador.
Ele ressalta ainda que o Brasil é o País que mais tem ocorrências de espécimes de papagaios e a Ararajuba, por causa de sua plumagem, nas cores amarelo e verde, são bem representativas da fauna e da natureza brasileira. “A Ararajuba é um animal que ajuda na recomposição de outros animais e da própria floresta, como dispersora de sementes, e controla o crescimento de outras árvores”.



Nesta terça-feira (09), às 14 horas, na sede do Ideflor, o pesquisador apresentará o projeto ao público.
Um dos mais emocionados com a achegada das Ararajubas em Belém era o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor, Crisomar Lobato. Ele comenta que muitas gerações ainda não conhecem a beleza das Ararajubas por causa de sua extinção na região. “É um trabalho complexo e delicado, mas queremos devolver esta ave de extrema beleza ao seu habitat”, comenta. Ele destaca que o primeiro registro da espécie se dá em 1848 quando foram identificadas pelos pesquisadores.
O projeto está sendo coordenado pelo Dr. Luís Fabio Silveira, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), sob a execução do biólogo Marcelo Vilarta, Mestre pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A espécie ararajuba está na lista nacional de animais em extinção, na categoria ‘vulnerável’ (que enfrenta um risco elevado de extinção na natureza em um futuro bem próximo).



G1 PA







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