MP pede que Câmara do DF publique dados de emendas parlamentares
O Ministério Público recomendou à Câmara Legislativa do Distrito
Federal que publique no prazo de 30 dias na web, de forma clara e
acessível, informações sobre as emendas parlamentares apresentadas ao
orçamento do DF.
O órgão também aconselhou que a Câmara direcione metade do valor
destinado às emendas parlamentares – que neste ano ultrapassa R$ 400
milhões – aos serviços públicos de saúde, conforme determina a
Constituição Federal.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias do Distrito Federal obriga que a
relação atualizada das emendas seja publicada no portal da CLDF.
Atualmente, no entanto, essas informações são publicadas na forma de
tabelas com várias páginas e identificadas por códigos, dificultando a
compreensão, diz Ministério Público.
De acordo com o MP, as emendas à Lei Orçamentária Anual de 2017 não
cumpriram o percentual mínimo a ser destinado à saúde de 50%.
“O cidadão tem o direito de saber como o orçamento é definido e essas informações devem estar disponíveis da forma mais clara possível”, afirmou a procuradora distrital dos direitos do cidadão, Maria Rosynete Lima.
O documento foi enviado ao presidente da CLDF, Joe Valle, e aos
integrantes da Mesa Diretora na última quinta-feira (4). A resposta deve
ser encaminhada ao Ministério Público até o dia 3 de junho.
Drácon
A Operação Drácon foi deflagrada em 2 de setembro de 2016 e investiga
um suposto esquema de corrupção. Os alvos foram os deputados Celina Leão
e Raimundo Ribeiro, do PPS, Julio Cesar, do PRB, bispo Renato, do PR, e
Cristiano Araújo, do PSD, suspeitos de articularem a aprovação de uma
emenda parlamentar para liberar R$ 30 milhões para empresas de UTI, em
troca de propina.
Em março deste ano, o Tribunal de Justiça do DF recebeu a denúncia do Ministério Público e tornou réus, por corrupção passiva, os deputados distritais. Se forem condenados, eles perdem o mandato eletivo e podem ser punidos com multa e até 24 anos de prisão.
Um pedido para que os distritais fossem afastados dos mandatos até o
fim do processo havia sido feito pelo Ministério Público, mas o tribunal
rejeitou a medida.
Fonte: G1
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