Fachin
manda afastar Aécio do mandato de senador e decide enviar ao
plenário do STF pedido de prisão
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), mandou afastar o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves
(MG), do mandato de senador. O magistrado, no entanto, optou por não
decretar monocraticamente o pedido apresentado pela Procuradoria Geral
da República (PGR) para prender o parlamentar tucano.
No despacho, conforme apurou a TV Globo, Fachin decidiu submeter ao
plenário do Supremo o pedido de prisão de Aécio solicitado pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Endereços ligados ao parlamentar tucano também são alvo de mandados de busca e apreensão
na manhã desta quinta-feira (18) no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e
em Brasília. A operação que tem Aécio como um dos alvos foi batizada
pela Polícia Federal como Patmos, em referência à ilha grega onde o
apóstolo João teve visões do Apocalipse.
O relator da Lava Jato determinou ainda que o deputado federal Rodrigo
Rocha Loures (PMDB-PR) seja afastado da Câmara. Fachin, a exemplo do que
decidiu em relação a Aécio, também preferiu enviar ao plenário do
tribunal o pedido da PGR para prender o deputado do PMDB.
Reportagem publicada nesta quarta (17) no site do jornal "O Globo"
revelou que o dono do frigorífico JBS Joesley Batista entregou à
Procuradoria Geral da República uma gravação na qual Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões.
No áudio gravado por Joesley, com duração de cerca de 30 minutos, o
presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da
quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. O senador tucano é alvo de
seis inquéritos no Supremo relacionados à Lava Jato.
O jornal também informou que o dono do frigorífico JBS entregou uma
gravação feita em 7 de março deste ano em que o presidente da República,
Michel Temer, indica Rocha Loures para resolver assuntos da holding J&F no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Rocha Loures já foi chefe de Relações Institucionais da Presidência,
quando Temer era vice-presidente. Após o impeachment de Dilma Rousseff, o
parlamentar peemedebista atuou como assessor especial da Presidência.
Ele assumiu uma cadeira na Câmara no momento em que o Osmar Serraglio
(PMDB-PR) deixou o parlamento para assumir o comando do Ministério da
Justiça.
A reportagem relata que o dono da JBS marcou um encontro com Rocha
Loures em Brasília e contou o que precisava no Cade. Pelo serviço,
segundo "O Globo", Joesley ofereceu propina de 5% e Rocha Lores deu o
aval.
O G1
ainda não conseguiu contato nesta quinta-feira com a assessoria de
Aécio Neves. Na noite desta quarta, a assessoria de imprensa do
parlamentar mineiro afirmou que ele "está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".
A assessoria de Rocha Loures disse à TV Globo que o deputado do PMDB,
que está nos Estados Unidos, irá retornar ao Brasil nesta quinta. Ainda
de acordo com os assessores, somente quando desembarcar no país, nesta
sexta (19), ele irá se pronunciar sobre as acusações.
Irmã de Aécio
Além de afastar o senador do PSDB, Fachin expediu um um mandado de
prisão contra a irmã e assessora de Aécio, Andréa Neves. Ela foi presa
pela PF em Minas Gerais.
Segundo a TV Globo apurou, um procurador da República foi preso e há
mandados contra pessoas ligadas ao deputado cassado e ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No Rio, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em três
endereços: os apartamentos de Aécio e da irmã dele e o imóvel de Altair
Alves Pinto, conhecido por ser braço direito de Cunha.
O procurador da República Ângelo Goulart Villela, que atua no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi preso na manhã desta quinta pela Polícia Federal. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da Corte eleitoral, em Brasília.
Fachin também expediu mandado de prisão contra o advogado Willer Tomaz, que é ligado a Eduardo Cunha.
Em São Paulo, há buscas em imóvel do coronel João Batista Lima Filho. O militar é amigo de Michel Temer.
Fonte:TV Globo, Brasília
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